Crônicas de Gabriela

23 de setembro de 2015

Entre Rótulos e Capítulos

   Sábado, ah o sábado, aquele dia em que a primeira coisa que você faz é perguntar nos grupos do whatsapp: O que temos pra hoje?
   Vou te contar qual é a boa... É aquela festa, em algum lugar que você provavelmente não conhece, com um ou dois rostos familiares, bebida open bar, homens e mulheres a vontade, como num self-service.
Por sorte você foi com a sua turma, então não vai ficar deslocada por não pertencer ao grupo dos playboys, ou das patricinhas trabalhadas no Manolo e na MAC – enquanto você está, humildemente, usando o seu melhor sapato da Ávida ou até mesmo da C&A, com sua maquiagem da Avon –, tem também os fumantes, que são descolados demais para sair da área aberta, por não quererem parar de fumar... São tantos grupos, mas nenhum deles é o seu.          Nenhum deles é a sua cara.
   O seu grupo, na verdade, é composto por cada um dos personagens de cada grupo que você vê. Tem um playboy, tem a rica, a que está indo só pra beijar bocas, o pegador, e você!
Você, que bebe todas para tentar se encaixar naquele grupo, dose atrás de dose, numa competição para ver quem bebe mais, ou que dá PT primeiro, ainda não se sabe o porquê de beber tanto! Mas você sabe não precisa disso para se divertir.
   Aliás, você nem precisa disso para se divertir... tudo o que você queria era estar em casa, na rede, ouvindo baixinho um Jorge Bem Jor enquanto começa, continua ou termina aquele livro, que fala de Londres, ou Paris ou Roma, com um personagem principal que seria seu par perfeito na vida real.
Mas de alguma forma, parte da sociedade diz que você é careta demais por gostar de livros, por preferir livros. Até mesmo aquele passeio no deck, ver o pôr-do-sol. Só que seus amigos são descolados demais para isso. Eles preferem a boa e velha bebida alcóolica, luzes ofuscantes e fumaças inebriantes.
   E mais uma vez, você pensa: o que eu estou fazendo aqui? Será que as pessoas estão ficando loucas?
   Quando na verdade elas julgam você por ser louca de preferir A Culpa É Das Estrelas ao invés de uma boate.
   O que há de mal num livro? Porque soa tão esquisito para as pessoas você querer ler?
   É raro você encontrar uma pessoa que pergunte: Quantos livros você já leu? Elas normalmente querem saber quanto você tem pra contribuir no combo de vodka e energético que custa duzentos e oitenta reais... Agora talvez até mais, já que teve um reajustes nos impostos sobre bebidas alcóolicas.
   E diante daquela luz negra, da fumaça, e do álcool no sangue você ainda consegue raciocinar um pouco e se pergunta novamente o que diabos você está fazendo ali?

   Por sorte, nessa vida, não existe apenas um grupo social que você entra e fica para o resto da sua vida. Por sorte você encontra o seu grupo, que bebe e lê. E por sorte, seu grupo não acha que você deva ficar bêbada para se divertir e, principalmente, não te acha estranha por carregar um livro na bolsa.
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17 de agosto de 2015

Sobre manifestações...

   Ah segunda-feira, linda e maravilhosa, com aquele início eterno de trabalho e estudos. Segunda, dia de que? De ir ao cinema com a família, porque é mais barato, né? Também!
   Essa segunda-feira, em especial, trouxe algo que as outras não tiveram: a chance de comentar sobre as manifestações. Irei comentar? Talvez, mas ao meu modo.
   Hoje, durante a primeira aula de Fotografia do meu curso, o professor pediu (ou mandou, dependendo do ponto de vista) para que nós postássemos em nossos blogs sobre as tais manifestações, porque isso é a história acontecendo, e tudo o mais. E de fato, a história está acontecendo, mas pra mim é só uma versão pobre do que aconteceu em 2013. 
   O Brasil inteiro estava junto dos, aproximadamente 36 mil, brasilienses que se encontravam em cima do Congresso Nacional. E não eram apenas os brasileiros que achavam que a mudança viria, que com isso a presidenta não iria mais voltar ao posto. O mundo inteiro viu milhares de pessoas lutarem pelos seus direitos. 
   Não foi só o acréscimo de vinte centavos na passagem de onibus que fez o Congresso parar em todos os principais jornais do mundo...
   A manifestação do dia 20 de junho de 2013, na minha opinião, teve um carater muito mais relevante, virando até Trending Topics no twitter, e é difícil uma tag brasileira entrar nos tópicos mundiais mais comentados.
   Reconheço que ontem (16), foi mais um marco para a história, e em parte me sinto privilegiada por ver as pessoas do meu país fazendo isso, mas outra parte não entende o sentido disso? É pra melhorar saúde? Educação? Para tirar a Dilma? Para falar que foi na manifestação do dia tal?
   Nossos ideiais são completamente perdidos a cada quatro anos, quando pessoas votam crentes em promessas falsas.
   Se eu fosse pensar numa causa para manifestar, meu cartaz diria "DIMINUIÇÃO DO PREÇO DOS LIVROS", porque livros são uma coisa tão magnífica na minha humilde opinião, sendo literatura infanto-juvenil ou biografia. É conhecimento, vocabulário, nos faz usar a criatividade, mas o preço é, às vezes, tão injusto, e agora com a crise...
   Talvez se os preços para se ter conhecimento não fossem tão altos, as novas gerações não errariam tanto daqui a três anos.
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3 de julho de 2015

"Preto" na TV


   Brasileiro de mente evoluída, que se diz livre de preconceito e/ou discriminação, que é intelectual, mas que ainda assim, em “pleno século 2015, coloca preto na TV”.

   Sendo assim...

   Vamos voltar um pouco no tempo, e lembrar que, nos anos 2000, Guel Arraes dirigiu um filme, onde a imagem de Jesus era alguém negro. Um filme que, tempos depois, foi transmitido na tal TV do século 2015, com um preto! Uma comédia – quase sátira – que encantou as gerações de todas as idades, e conquistou também, essas pessoas que dizem que 2015 é um século, sem que elas reclamassem de um preto na televisão ou de que mostrasse Jesus como uma pessoa negra.

   Quantos criticaram o Obama quando foi eleito à presidência? Acho que a maioria pensou que aquele ano, seria um ano de mudança não só para os Estados Unidos, por eleger um presidente negro, mas também para o mundo, ao perceber que um negro conquistou a presidência de uma super potência.

   Então talvez não sejamos tão intelectuais assim, ao ponto de poder criticar uma profissional qualificada como a Maria Júlia, quando dizemos tolices, que não só envolvem racismo, mas também a burrice. Somos hipócritas ao apoiar um presidente negro e uma garota muçulmana que ganhou o Nobel da Paz, e criticar uma simples jornalista por ser negra. 

   Mas os brasileiros ainda têm salvação, ainda possuímos pessoas de opiniões que sabem o que falam, e sabem falar, que são, talvez, reprimidas pela sociedade que diz que preto não pode aparecer na TV em pleno século 2015.

   #SomosTodosMaju
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3 de junho de 2015

Homofobia e propagando do Boticário


Mais de 80% da população brasileira diz não ter preconceito ou ser racista, e está concordando neste exato momento, declarando não sei preconceituoso ou racista, mas de acordo com antropólogos, nós somos sim! 
Quase caiu da cadeira ou sofá, né? Eu sei! Mas é a verdade... 
Durante uma aula de antropologia, minha professora disse à turma que nosso racismo existe, só que escondido embaixo do tapete, e que passamos isso de geração em geração.
Explicando melhor...
Sabe aquelas frases que ouvimos nossos pais, tios, primos, amigo, avós e o mundo todo dizer? Que o gato preto traz azar e a pomba branca significa paz? Que menino é azul e menina é rosa? Então são essas coisas, que ouvimos há muito tempo - há 350 anos atrás, talvez -, que nos leva a sermos racistas e preconceituosos. Como? Tais ditados nos induzem a pensar que preto é ruim e branco é bom, um homem usar rosa e uma mulher com corte de cabelo masculino é contra as normas da sociedade, e para algumas pessoas, ser negro é errado, ser branco é o certo, homens devem casar com mulheres e por aí vai.
Soa muito feio isso né? Mas é o que acontece. As pessoas hoje não falam que são preconceituosas, porque isso tá fora de moda diante do século em que vivemos.
Mesmo estando tão evoluídos, não somos tão Sapiens como a nomenclatura diz. Ainda criticamos uma mulher com o corte de cabelo "Joãozinho", e criticamos um homem por demonstrar afeto mais que o normal.
A propagando do Boticário surpreendeu o Brasil ao mostrar casais gays, mas o Brasil surpreendeu mais com as respostas à esse comercial.
Metade das pessoas - ou mais - começavam com a frase "Não sou homofóbico, mas..."
Se você não é homofóbico porque critica? Afinal, sempre depois do "mas..." vem algo que contradiz a primeira afirmação da frase...
O Boticário simplesmente retratou a realidade, com um pouco de marketing, claro, de um jeito que não ofendesse àquelas pessoas que foram criadas com o conceito de que isso é errado.
Na minha opinião, a propagando foi ótima, e deveriam sim haver mais com essas, porque essa é a realidade do mundo do século XXI, casais de pessoas do mesmo sexo!
Quando a novela Babilônia, em seu primeiro capítulo, mostrou duas atrizes se beijando, metade do mundo criticou! Vi comentários de amigos no meu face que diziam que nunca mais iam deixar seus filhos assistirem essa novela outra vez. E a pessoa não é homofóbica.
Se não somos de fato preconceituosos, porque falamos tantos "mas"?
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7 de maio de 2015

De palavra em palavra vou me tornando cada vez mais uma jornalista

   Apesar da rotina sem tempo, do salário inicial não tão bom e das muitas dificuldades que irão aparecer ao longo do caminho, cada vez mais eu sinto a certeza de que estou no caminho certo...
   O primeiro semestre de aulas já está no final, mas só agora que começamos - de verdade - a ser jornalista, daqueles que vão pra rua a procura de informação, que sai ligando para todos os contatos em busca de uma entrevista. 
   No momento nós temos uma grande reportágem pra fazer e uma matéria pequena. Devo dizer que o tema de ambas é maravilhoso!!!
   A grande reportagem, basicamente, vai ser sobre os grandes eventos musicais que acontecem aqui em Brasília, em como eles ajudam na economia do país e do distrito, o que as pessoas que vão nesses eventos acham, se isso é bom pra rede hoteleira. A gente vai conversar com produtores e assessores de imprensa... Resumindo: vai ser maravilhoso.
   Já a matéria vai ser sobre cães-guias. O professor de desing que sugeriu, porque um homem levou um labrador para a nossa sala, e explicou um pouco como funciona tudo. Que tem todo um treinamento, prova e até reprovação! É, ser cachorro também não é fácil!
  Com isso nós vamos ter que ir ao Corpo de Bombeiros, pra saber mais sobre o assunto. E ainda disseram que a gente pode levar os nossos cachorros pra brincar lá, além de tudo, ainda há o trabalho voluntário, onde a gente da banho, ajuda no treinamento, da carinho, faz exercícios entre outras coisas com os cachorros.
  Pode não ser fácil ser uma jornalista, mas eu estou gostando! E começa assim, uma matéria com cachorros aqui, outra sobre eventos ali e, quem sabe, daqui a alguns anos eu estou cobrindo algun evento mega importante no exterior...

Não custa nada sonhar!
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21 de abril de 2015

Fofoca: a mais diabólica invenção de Satanás

   O que dizer desse 'meio de comunicação' que causa muitos cabelos brancos em homens, mulheres, e até em crianças?
   Aaah, a fofoca, ela é pior que a amiga piriguete do seu namorado, que a secretária gostosa do seu marido, que o amigo bombadinho da garota que você quer pegar... Se bem que, se formos levar em conta, essas coisas são até piores que a fofoca, mas enfim, isso é pauta pra outro post!
   Para a minha pessoa, Gabriela Tavares, existem dois tipos de fofoca:

  • Fofoca OK!OK!: que é aquela que você conversa no salão de beleza, que envolve mais pessoas famosas e fatos que passaram na TV, que ao mesmo tempo em que você tá lendo a Tititi, você tá ouvindo a manicure falar do que aconteceu no último capítulo de Babilônia, e a cabeleireira contando da mulher que foi assaltada no centro da cidade.
  • Fofoca BB - By Biscates: essa, ah minha querida e meu querido que está lendo isso, é aquele tipo de fofoca que se virasse uma pessoa e falasse "oi", nunca mais falaria nada, porque no segundoseguinte iria estar morta, esturricada nesse chão que pisamos. Esse tipo de fofoca deve ter sido a que mais deu prazer ao ser criada.
   Focando no By Biscates, porque essa sim é a que deixa a gente com uma pulga atrás da orelha, e uma vontade insana de matar, é a pior coisa que pode chegar aos seus ouvidos - principalmente quando é sobre você, você está envolvida ou alguém que você conhece e gosta muito está no meio -. Pessoas que fazem isso não tem o menor senso de ética.
   Como alguém tem a coragem de criar, da sua linda e fértil mente, um absurdo sobre você? E PIOR, quem cria essas baboseiras são pessoas que mal falam com você, pelo menos foi o que aconteceu na minha vida. 

   Só digo uma coisa para essas pessoas BB: DEUS TÁ VENDO!
   E se você foi/é uma vítima das Fofocas BB, faça igual à mim, não solta toda a sua raiva, furia e vontade insana de matar de uma vez, và aos poucos, devagar, vai torturando bem de leve, pra pessoa sentir dez vezes mais a dor que você sentiu.



P.S.: Eu sou um amor de pessoa!
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18 de março de 2015

Como foi comigo...

   Oi, oi gente, hoje vim contar pra vocês sobre uma coisa que, pra quem é indecisa ao extremo - como eu -, vai ser de grande ajuda...
   Bom, antes, beeeeem antes, que querer ser jornalista e começar a cursar Comunicação Social, eu comecei a fazer Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Duas coisas muito diferentes. Eu não cheguei a fazer nem um semestre completo, foram quatro meses que eu fiz, e foi sofrido.
   Sabe aquele sentimento de que alguma coisa não tava certa, que aquele não era o seu lugar? Me senti assim. E a primeira coisa que pensei foi "como vou contar para os meus pais?", e eu sou daquelas que fala do jeito que cai uma bomba do céu.
   Como estava muito no inicio, eu não podia trancar o curso, e pior, tinha que pagar uma taxa que era, se não me engano, 60% do valor. Só nisso eu tava desistindo de desistir, mas ainda assim, querendo desistir (risos). Meus pais ficaram, principalmente minha mãe, muito tristes, e como a própria diz, decepcionada. Aquilo abalou meu mundo, igual em cenas de desenho animado que o personagem cai no ar. 
   Então começou a minha busca por algo que combinasse comigo. 
    E, sendo sincera, o que mais me ajudou foi aquele teste bobo - que não é tão bobo assim - do Guia Estudantil. Eu fiz umas quinze vezes e sempre dava as mesmas respostas:
Jornalista - Publicitaria - Pscicóloga - Promotora - Nutricionista
   A primeira que eu descartei foi nutricionismo, porque nunca quis e nem tive interesse na área. Depois foi promotora, porque se tem uma coisa que eu não entendo é Direito, é um curso que você tem que gosta pra fazer, não adianta você escolher porque dá dinheiro, porque gente, se você for um profissional bom naquilos que você faz seu salário vai ser melhor que o de muito funcionário público...
   Mas voltando... Me restaram três opções, e daí eu comecei a pesquisar bastante sobre os cursos, procurei livros que tratavam do assunto, o que eu tinha em comum com aquilo e TÃ-DÃ! Escolhi o Jornalismo, primeiro porque as matérias me interessaram bastante, e eu tinha muitas coisas em comum.
  
   Então se você não se decidiu, meu conselho é que você faça o teste vocacional do Guia Estudantil, porque é um dos melhores. E, se você não curte seu curso e não sabe como falar com seus pais, NÃO FAÇA COMO EU! Começa falando de algum outro curso que te interessa, ou então senta com eles e conversa direitinho, fala que realmente não é o que você quer, que você não vai ser feliz fazendo isso, apela pro emocional (vai que funciona - risos). Só não faz algo que não te deixa feliz.
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